Estão presentes em música os conceitos de horizontalidade e verticalidade, referindo-se respectivamente aos elementos musicais - melódico e harmônico.
Uma melodia é a parte da música que pode ser totalmente reproduzida numa única voz (canto, assovio, sopros). Para uma peça escrita nesse formato (uma só linha melódica desacompanhada), diz-se de textura monofônica. A melodia é considerada a estrela guia quando nos deparamos com as múltiplas possibilidades de caminhos a serem percorridos no campo do acompanhamento musical, ou harmonia.
Na harmonia, a reprodução simultâneas de diversas vozes é o ponto fundamental. A parte harmônica cumpre funções musicais como preenchimento e acompanhamento. Sua realização dá-se a partir da formação dos acordes. O conceito de acorde exige a execução simultânea de no mínimo três vozes distintas.
De um modo geral, os instrumentos harmônicos mais convencionais são o piano (extensivo a teclados, órgãos, etc) e o violão (extensivo a guitarras, violas, etc). Ou seja, instrumentos que possibilitam a execução simultânea de três ou mais vozes - existe uma enorme quantidade destes.
A harmonia é a parte da música que pode ser abordada com alguma certa liberdade, sendo justamente o ponto em que os arranjadores se apóiam para ornar alguma linha melódica pré-existente. Evidentemente, o arranjador vai render-se à melodia, pois uma vez que esta foi definida, não se admite alterações, ou se admitir, em casos muito extremos, essa alteração será feita pelo próprio compositor, ou com o consentimento deste. Sendo assim, é sobre essa linha melódica principal que o arranjador desenvolverá as suas criações musicais. Um arranjo é antes, um modo de pensar o som, o que o torna tão individual conforme a particularidade de cada arranjador. Um arranjo é uma marca pessoal, um jeito de fazer música, uma assinatura.
Para uma peça escrita nesse formato (melodia acompanhada) diz-se de textura homofônica.
Para uma peça escrita nesse formato (melodia acompanhada) diz-se de textura homofônica.
Há também peças que contém diversas vozes de caráter individual sendo executadas simultaneamente. Isso gera um efeito musical que é ao mesmo tempo horizontal (pela característica individual de cada voz) e vertical (pela simultaneidade com que essas vozes estão sendo executadas). A esse fenômeno de estilo contrapontístico, damos o nome de textura polifônica.
Finalizando, é importante ressaltar que tanto melodias quanto harmonias e arranjos, são executados sobre um pulso métrico regular. Esse fato nos remete ao primeiro e mais básico elemento musical: o ritmo.
Autor: Diego Costa – Guitarrista e educador musical.
Referências:
BANGEL, Tasso. Apostila de arranjo e composição. Instituto de Artes da UFRGS, 2011.
COPLAND, Aaron. Como ouvir e entender música. Ed. Artenova, 1974.